quarta-feira, 27 de julho de 2011

ESTRÉIA DA FORD NO BRASIL.

Corcel, o primeiro Ford brasileiro

Teste publicado pela revista Autoesporte em 1968

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Um novo modelo Ford. Um carro que ostentava o
nome de uma raça de cavalo.
Sem mais nenhuma semelhança com o irmão maior
Mustang, o Corcel nasceu como um contraponto
ao grandalhão e luxuosoGalaxie 500, ou seja,
chegou ao mercado nacional para ganhar espaço
entre os modelos mais acessíveis da época.
O novo Ford foi apresentado ao público durante
o VI Salão do Automóvel de São Paulo, em 1968,
com carroceria de quatro portas e motor de
quatro cilindros com válvulas no cabeçote,
1.289 cc de cilindrada e 62 cavalos de potência.
A edição de Autoesporte da época lembrava que
o modelo, anteriormente conhecido como
Projeto “M” da Willys (marca adquirida no Brasil pela Ford),
era “o primeiro veículo a ser projetado e
construído no Brasil, tendo em vista as condições
peculiares de clima, estradas e distâncias”.

Dentro desse espírito, o novato Corcel contava
com algumas inovações bem interessantes.
Alimentado pelo carburador Solex 32,
seu sistema de arrefecimento era inédito no País.
“A grande novidade para os brasileiros está na
refrigeração do motor, que emprega o sistema de
radiador selado e termostato, com o que o usuário
não precisa verificar o radiador de água,
pelo menos durante 30 000 km, de acordo com
informações de fábrica. Este sistema já é usado
com grande sucesso em diversos modelos de
carros europeus.” A avaliação de Autoesporte
também destacou as qualidades da tração dianteira,
que era construída segundo os mais adiantados
princípios, que evitavam trepidações e o aumento de
resistência da direção. “A tração dianteira do Corcel é
suave e, ao motorista menos avisado, tal detalhe
passará totalmente despercebido.”

Ford
Ponto também para os freios do modelo.
Equipado com sistema a tambor nas quatro rodas,
o Corcel tinha o freios dianteiros a disco como opcional
para a versão standard e de série para sua versão luxuosa.
A suspensão, independente na dianteira e com eixo
rígido na traseira, era bem suave. “Sente-se ao dirigir
o mesmo que, apesar de se tratar de carro médio,
aparenta ser um veículo de categoria acima, tal o
conforto que oferece. Tudo parecia muito bom, mas
o modelo apresentou problemas no eixo dianteiro –
no alinhamento do sistema de direção – e, assim, ficou
marcado como o primeiro veículo a ser produzido no
Brasil a passar por um recall, que envolveu 65 mil proprietários.

Arquivo Autoesporte
De qualquer forma,
o Corcel também se
destacava pelo interior
amplo e de bom gosto,
apesar da simplicidade.
O desempenho não era
nada surpreendente, é verdade,
mas também não chegava a
decepcionar. “OFord Corcel
mostrou um índice bastante
razoável de aceleração,
ficando pouco a dever aos importados
de sua categoria.” Na avaliação de
Autoesporte, tendo como base seu
próprio velocímetro, o modelo alcançou
138 km/h de velocidade máxima e
acelerou de 0 a 100 km/h em 22 segundos.
Por outro lado, a estabilidade do
sedã mereceu elogios de sobra.

Bem recebido pelo público, o modelo foi se firmando como o
Ford mais vendido de sua época. A aceitação do Corcel
cresceu com a chegada da versão cupê em 1969.
A linha foi completada pelo lançamento da perua Belina,
em 1970. Outro salto de qualidade na família se deu em 1971,
ano em que a Ford lançou a versão esportiva GT. Requintado,
o arrojado Corcel tinha a carroceria enfeitada por faixas
laterais de cor preta, além de revestimento de vinil na
capota, rodas com desenho diferenciado, faróis de milha
e outros detalhes pintados de preto, como o capô com
tomada de ar, a grade dianteira e a carcaça dos retrovisores.
Ainda melhor, o Corcel GT XP, lançado para oferecer
um desempenho melhor, trazia motor 1.4, com 85 cavalos de potência.
O novo motor passava a equipar toda a linha a partir de 1973,
quando a grade teve o desenho modificado. As primeiras
alterações de peso no desenho da linha Corcel foram
feitas em 75, com reestilização da dianteira e da traseira,
além da parte interna. No mesmo ano a Ford lançava
a requintada versão LDO. O primeiro Ford nacional
para as massas durou até o final de 1977,
quando então foi lançado o Corcel II, com desenho muito
mais moderno e atraente. Com uma série de modificações
ao longo de sua produção, o novo modelo resistiu até julho de 1986.

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Fonte: Autoesporte

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