quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

NOVO PALIO VERSUS RENAULT SANDERO: COMPARATIVO.



alguém me perguntasse se o recém-lançado Renault Sandero faria frente ao Fiat Palio, sobretudo nas vendas, eu provavelmente afirmaria categoricamente que não. Mas veja como o tempo muda os cenários… Após a reestilização de meia vida, em junho passado, o hatch da marca francesa viu suas vendas decolarem. Em novembro agora, foram 8.067 emplacamentos contra 10.262 do rival da Fiat – marca surpreendente. Mas, afinal, o que fez o Sandero embalar? Alguns dirão que foi o design. Para mim, foi a evolução do interior. O painel ganhou charme e soluções mais funcionais.
Nos últimos cinco meses, o Sandero foi a sensação, o carro que mais avançou nas vendas entre os compactos da faixa dos R$ 30 mil. E o Palio? Ah, a velha geração (de 1996) já não esboçava reação há tempos. Vinha literalmente fazendo o “feijão com arroz”, brigando ali na relação custo/benefício. Dessa forma, a montadora italiana não podia mais esperar: promoveu a maior mudança da história do seu hatch compacto (tão querido e rentável). O Palio simplesmente mudou por completo, deixando plataforma, desenho e todo o resto no passado. E a pergunta é: será o Sandero capaz de rivalizar com o novo Palio?
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Reestilização em junho passado deixou o Sandero mais atraente, mas a nova geração do Palio é mais arrojada
Impressões sensoriais
O design dos carros é sempre algo muito subjetivo. Terão os que amam e os que odeiam. Palio e Sanderocertamente não fogem à regra. Confesso que nunca fui admirador do visual do Renault. E as últimas reestilizações do Fiat me decepcionaram em estilo. A nova geração do modelo, no entanto, é divisora de águas: oPalio ficou belo. Suas linhas ganharam elegância. A única parte da carroceria que ainda não me seduziu foram as lanternas. Mas as peças têm estilo! No Sandero, a mudança estética recente foi fundamental. O Renault também embelezou.
Contudo, a mim o Palio parece mais atraente por fora, e por dentro também. Essa nova geração guarda poucas semelhanças com a anterior. O painel tem formas próprias e divertidas. Confesso que o acabamento me desapontou um pouco, as rebarbas aparentes continuam, mas estão menos evidentes. Os encaixes também melhoraram bastante, exceção da tampa do porta-luvas, que segue pobre. E os comandos em geral estão bem posicionados. O espaço interno é outro aspecto que melhorou bastante, especialmente no banco traseiro – mas nada revolucionário, diga-se.
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Painel do Palio é mais envolvente, com traços modernos e várias texturas; peça inteiriça do Sandero é “careta”
Comparando o Palio com o Sandero no quesito espaço, a briga fica desonesta. O hatch compacto da Renault tem proporções de carro médio. Só o entre-eixos, por exemplo, já indica a diferença: são 2,59 metros doSandero contra 2,42 m do Palio (17 centímetros a menos). O porta-malas também é privilegiado, com 318 litros versus 292 litros do Fiat, ambos aferidos por Autoesporte. O principal problema do Sandero é a simplicidade. Mesmo com os retoques estéticos, seu painel e o revestimento interno são bem mais modestos. Além disso, a lista de equipamentos é consideravelmente menor. É um carro mais basicão.
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Espaço interno no novo Palio cresceu bastante, mas segue mais “apertado” que no Sandero; em compensação bancos do Fiat são mais ergonômicos que os do Renault, que, em contrapartida, leva melhor três adultos
Relações custo/benefício
Apesar de serem rivais diretos, sobretudo após a renovação do Palio, os dois hatchs compactos guardam grandes diferenças quando o assunto é preço versus lista de série. Comparado ao Renault, o modelo da Fiat fica muito mais sofisticado à medida que o volume de opcionais cresce. Ao mesmo tempo, o Palio parte de baixo em relação ao Sandero Expression avaliado: tem preço inicial de R$ 30.990, enquanto o adversário começa em R$ 31.590. No entanto, da forma como chegaram à redação de Autoesporte (completos), tudo muda. O Palio vai a salgados R$ 41.793 e o Sandero, a R$ 38.700.
Ou seja, na prática o hatch da Fiat pode ser muito mais caro. Mas o modelo da Renault é muito mais simples, ficando a escolha a critério do freguês. Levando em consideração que este comparativo traz as versões equipadas com motores de 1.0 litro, tanto Palio quanto Sandero ficam salgados para o bolso. A diferença é que o Fiat parece mais refinado, muito por causa do belo e estiloso painel e a lista de equipamentos mais sofisticada. É possível instalar, por exemplo, sensores de luminosidade e de chuva, abertura elétrica da tampa traseira no escudo da Fiat e um sistema de som de melhor qualidade.
Sem opcionais, Palio Attractive e Sandero Expression vêm quase “pelados” de fábrica; direção hidráulica é de série nos hatchs e o Fiat traz computador de bordo e sistema Follow me home, que mantém as luzes acesas por alguns segundos

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Sandero tem bitolas maiores e é mais estável em retas e curvas; Renault fez um ajuste agradável da suspensão

Impressões ao volante
Briga de carros “mil” é sempre angustiante. Primeiro porque as diferenças de potência e torque são quase sempre mínimas. Segundo, porque os desempenhos não empolgam. Com Palio e Sandero, vale a tese. Em performance, ambos deixam a desejar. O Renault, por exemplo, tem um pouquinho mais de força sob o capô. Seu bloco 1.0 16V flex produz 76/77 cv (gasolina/etanol) a 5.850 rpm e 9,9/10,1 kgfm de torque aos 4.350 giros. No Fiat, o motor 1.0 8V flex gera 73/75 cv aos 6.250 rpm e 9,5/9,9 kgfm a 3.850 rotações, na mesma ordem. Só que o Palio pesa 999 kg e o Sandero, 1.025 kg.
Para fazer o tira-teima, só observando os números de teste. As diferenças, claro, são mínimas. Para arrancar de 0 a 100 km/h, o Palio levou longos 18,5 segundos, mais que os 17,4 segundos feitos pelo Sandero. Já nas retomadas de 60 km/h a 100 km/h em 4ª marcha, a vantagem muda de lado: o Fiat levou 14,4 segundos contra 17,5 segundos do Renault. Os consumos de ambos (com etanol) empolgam mais. Na cidade, deu empate com ótima média de 9,1 km/l. Na estrada, o Palio fez 10,2 km/l contra 12,6 km/l do Sandero. E os consumos mistos foram razoáveis, 9,6 km/l e 10,7 km/l, na ordem.

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Palio avançou muito no quesito “equilíbrio dinâmico”, mas o ponto alto é a calibração acertada da direção

Ao volante, as dimensões maiores do Sandero sempre deixaram o modelo em vantagem sobre os compactos do segmento, em geral. O hatch da Renault tem as bitolas (distância entre as rodas do mesmo eixo) mais largas, o que favorece a estabilidade – faz com que a carroceria incline menos. Desde a primeira vez que dirigi o Sanderome surpreendi com o equilíbrio dinâmico do modelo. Outro aspecto positivo é que a Renault encontrou um ajuste acertado da suspensão, deixando o conjunto mais macio sem comprometer o equilíbrio. Diante do Palio antigo, oSandero era indiscutivelmente superior no aspecto.
Por essa razão, minha curiosidade estava totalmente sobre o Palio. E a conclusão é de que a engenharia da Fiat acertou a mão desta vez. O hatch da marca italiana está consideravelmente mais firme sobre o asfalto e faz curvas sem inclinar tanto como antes. O rodar em retas também está mais equilibrado, com respostas mais diretas aos movimentos do volante. O endurecimento das molas só compromete um pouco o conforto quando se trafega por pistas muito castigadas. Nesse quesito, o Sandero é melhor, mais suave e estável. Mas o Palio tem um ajuste melhor da direção e diverte mais o condutor.

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Desempenho dos motores 1.0 litro de Palio e Sandero são páreos; nenhum deles confere grande agilidade

Moral da história
Toda vez que testo carros mais acessíveis me pergunto qual deles eu compraria. Neste caso, escolheria o novoPalio, por gostar mais do design externo e interno – o Fiat é visualmente mais moderno e refinado. Mas apesar do ambiente simplório, não há como negar que o Sandero é superior em conforto, especialmente em relação ao espaço interno e à suspensão. O hatch da Renault também possui maior robustez física. O Palio é mais elegante e atlético. Mas o ponto determinante no comparativo foi a direção mais divertida e precisa do Palio. A Fiat conseguiu refinar a estética do hatch e também a engenharia.

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Novo Palio saiu-se vitorioso nos detalhes; reestilização embelezou o Sandero, mas simplicidade do projeto pesou

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Acredito que uma avaliação séria não deve ser guiada por gosto pessoal. Infelizmente acho que vc não comparou nada, apenas destacou os aspectos do palio que vc, evidentemente, já havia elegido. Não sou proprietario de palio nem sandero e a sua "avaliação" foi pouco esclarecedora, por ser focada em seu pessoal.

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