Engenheiro mecânico, Timbs levou mais de dois anos a terminar este elegante roadster, assegurando a qualidade do seu trabalho a capa da revista Motor Trend, além de artigos noutras importantes edições como a Mechanix Illustrated, Popular Mechanics ou a Motor Life. Composto por um chassi de aço e um corpo em alumínio trabalhado à mão, o Streamliner teve um custo de 10,000 USD, dos quais 8,000 representam a grande fatia do orçamento e que foram investidos no distinto e curvilíneo corpo do veículo.
O design de Norman distanciou-se dos cromados excessivos e das enormes barbatanas traseiras que dominavam o mundo automóvel da América. Ainda hoje um dos carros mais raros do mundo, único, já nos anos quarenta o Buick Streamliner era uma raridade para os americanos, e talvez tenha sido ele mesmo o grande ícone e o modelo seguido no pós-guerra.
As formas falam por si, mas há que destacar a fluidez e o minimalismo do veículo, conferidos pelo seu carácter longo e rebaixado, e ainda pela ausência de portas. O motor, um ideal Buick V8 de 1947, capaz de propulsionar o carro de uma tonelada até cerca de 190 Km/h, foi colocado na traseira do chassi, o qual é revelado pela elevação hidráulica do painel traseiro. Um detalhe pouco comum e que obriga a que o cockpit seja empurrado mais para a frente.
Para oferecer uma condução suave, Norman utilizou uma suspensão Ford de 1947 modificada. No conjunto de todos estes factores, a condução deste carro será um impacto, para quem o conduz, claro, mas também para quem o vislumbra ao passar.
A princípio, o Buick Streamliner foi apenas usado para o circuito de exposições das quais participava, até ser comprado em 1952 pelo californiano Jim Davis, que o exibiu por Manhattan Beach, onde residia, e o voltou a deixar ser fotografado para revista Motor Life.
Quase 50 anos se passaram para que se tornasse a ouvir falar na criação de Norman E. Timbs, ao ser encontrado em 2002, no deserto, praticamente intocado. Foi então comprado em leilão e restaurado por Dave Crouse da Custom Inc. em Loveland, Colorado, a pedido dos novos proprietários, Gary e Diane Cerveny de Malibu, Califórnia. A pergunta é certamente, "como passou uma obra de arte como esta tanto tempo no esquecimento?". Ninguém sabe.
Depois de uma restauração completa, fiel e exigente, 2010 foi o ano em que este magnífico clássico reapareceu ao mundo no Amelia Island Concours d'Elegance, concorrendo na categoria Motor Trend Cover Cars, da qual não saiu vencedor, infelizmente.
Não só é improvável que esta pequena maravilha seja vista de novo na estrada, como também que torne a ser visto em leilão: mais que raro, é único, e incomparavelmente belo, pelo que é difícil que qualquer que seja o seu proprietário o queira perder, independentemente do preço que possa atingir. Mas mais que estas questões práticas, é realmente uma pena que veículos que transportam um legado como este o encerrem em si, e que o Buick Streamliner não torne a inspirar uma revolução automóvel como fez no passado século.
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