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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

NOVA S-10: PRIMEIRAS IMPRESSÕES.


Motor a diesel e câmbio automático de trocas suaves são destaques. 
Trepidação da transmissão manual e detalhes do acabamento incomodam. 



Após divulgar os preços da nova S10, a Chevrolet promoveu um curtíssimo (para não dizer frustrante) test-drive no seu Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba, interior de São Paulo. Seja no circuito de asfalto ou no trecho off-road, a picape mostrou-se evoluída em relação ao antigo modelo.
Os 16 anos que separam a antiga da recenteS10 impedem, aliás, qualquer comparação. Traçar um paralelo entre as duas leva a resultados óbvios e, até por isso, injustos. É mais coerente pensar na nova S10 com as rivais em mente. Foi o que engenheiros e designers fizeram durante seu desenvolvimento: apesar de prudentemente considerarem todas as concorrentes, é principalmente sobre a Toyota Hilux que está a mira da Chevrolet – e dela que vem boa parte da influência.


VisualExceto pela porção frontal, S10 e Hilux têm fortes semelhanças na lateral (como a linha da janela traseira que se eleva ao final e o vinco que se forma após o para-lama, logo abaixo de onde as duas levam a inscrição 4x4) e na traseira, com a lanterna na vertical – e aí a S10 também é muito semelhante à Volkswagen Amarok. Nos primeiros encontros nas ruas, será possível confundir a S10 com as outras duas.
De frente, a S10 não segue o caminho da “precisão cirúrgica” adotado pela Amarok, onde todos os elementos estão exatamente onde deveriam. Podemos chamá-la de sisuda, mas não há exageros. Questão de estilo. Já quando colocada ao lado da Toyota, a picape da Chevrolet envelhece o visual já não tão jovial da concorrente, que acabou de ser reestilizada.
Tabela de concorrentes do Chevrolet S10 (Foto: Arte G1)
A cabine é outro ponto favorável da S10, pelo menos em relação à Hilux. Há boa ergonomia, comandos à mão, painel de instrumentos agravável e de boa leitura e acabamento de qualidade em grande parte do que se pode ver e tocar – exceto pelas tampas dos porta-luvas, que são de uma simplicidade extrema. Destaque para o ar-condicionado, fácil de operar. A Hilux tem todas essas qualidades, mas há tempos perdeu o aspecto de novidade.
“Antigamente o consumidor aceitava barulho e até mesmo poeira dentro da cabine de uma picape, que era um veículo estritamente comercial. Hoje ele busca o conforto de um automóvel”, explica ao G1 Gustavo Colossi, diretor de Marketing da General Motors do Brasil. E, nesse esforço em parecer um carro internamente, a S10 agora se junta à Amarok como as duas mais bem-sucedidas nessa tendência que, aliás, foi iniciada pela picape da Toyota. 

RodandoO primeiro modelo a ser experimentado pelo G1 foi a versão LTZ 2.4 (gasolina) com câmbio manual. O aumento de torque (de 21,9 para 24,1 kgfm) garante à picape boa desenvoltura, ignorando a morosidade que um veículo desse tamanho sugere. O câmbio tem engates fáceis, mas impressionou negativamente pela trepidação intensa da alavanca. Já a suspensão causou contradições: sobre pisos irregulares, fez o veículo sacolejar mais do que o normal para uma picape; e, em asfalto liso, apresentou estabilidade acima da média, mesmo quando guiada de maneira mais abusada.
É na versão a diesel, entretanto, que o motorista encontrará uma picape mais prazerosa de dirigir: torque abundante, câmbio automático de trocas suaves e suspensão mais macia. Até agora bem distante das rivais em dirigibilidade, a S10 daqui em diante deverá se tornar uma das referências.

Cabine estendidaO mix de vendas da nova S10 terá, segundo as previsões de Colossi, uma inversão: se há cerca de quatro anos 70% dos emplacamentos da picape referiam-se à versão flex e 30% à configuração diesel, na nova fase serão 60% para o motor diesel e 40% para o flex – com importante participação do câmbio automático. “Notávamos uma migração dos clientes da S10 Diesel para outras marcas justamente por conta da ausência da transmissão automática”, admite o executivo. A previsão de vendas se manterá nas 4 mil unidades mensais, porém agora abrangendo uma faixa maior de preços (dos R$ 58.868 aos R$ 135.200).
No lançamento mundial da S10 (chamada de Colorado em outros mercados), em outubro passado, na Tailândia, a Chevrolet apresentou também a versão de cabine estendida – lançada por aqui em 1996, um ano após a estreia da S10, mas que teve vida curta. A nova geração poderia ressuscitar o modelo? Colossi diz: “Não temos planos de lançar de novo a cabine estendida. A pequena diferença de preço entre ela e a cabine dupla a torna inviável comercialmente. Para o Brasil, a melhor equação é a cabine dupla”.

http://g1.globo.com/carros/noticia/2012/02/primeiras-impressoes-chevrolet-s10-2012.html

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