Tesouros bem guardados.
Vou repetir a história tal qual foi contada pelo protagonista, um sujeito de sorte, um abastado colecionador de Corvettes e outras máquinas.
Na região em que ele mora, nos EUA, sempre se falou da história do senhor que guardava raros Corvettes em um celeiro. Por anos ele investigou aquilo sem sucesso; ora alguém dizia ter visto a tal fazenda, ora alguém dizia que os carros estavam em um galpão, na cidade. E assim terminaria a história se, por um desses acasos do destino, um dia o telefone dele não tocasse e um amigo dissesse aquilo que ele sempre perseguiu: é verdadeira a história, os carros existem e estão à venda. O tal celeiro existia, afinal, e ficava a apenas 20 milhas da casa dele.
Lá chegando foi recebendo por um sujeito na casa dos seus 40 que, impaciente, lhe pergunta o que quer. Ele menciona o telefonema e que está ali para ver os carros. O sujeito respira fundo e vai chamar a mãe. A senhora, mais cordial, conta que os carros foram uma sugestão de investimento do irmão de seu marido, muitos anos atrás. O esposo é idoso, com 86 anos e sofre de Alzheimer. Por este motivo, a intenção é vender os Corvettes, apurar uma boa grana e se mudarem para a cidade, talvez o sul da Califórnia, de onde vieram anos antes trazendo os 7 Vettes. Pelos documentos, o comprador vê que o último foi dirigido em 1985 e dois foram vendidos anos antes. Ainda assim, é um achado e tanto, ele deve ter pensado: afinal, não é todo dia que se encontram 2 Corvette 1963 Split Window, 2 coupês 1967 e um 1956, que foi registrado pela última vez em 1974, guardados, bem guardados, ao lado de casa.
Eis, portanto, os lendários carros de celeiro de que tanto sonham e falam os privilegiados norte-americanos.
Acima, o Corvette 56. Isso aí em cima dele é cocô de coruja mesmo. Muito inteiro.
Abaixo, o amarelo 1967, 46 mil milhas, 327, 300hp, a/c, automático, power windows…
Abaixo, o segundo 67 prata, com pintura original de fábrica, 57 mil milhas, motor 327, 4 marchas, power windows e mais um monte de coisinhas legais que a fábrica colocou dentro…
Agora o caldo fica grosso. Eis o primeiro 63 split window, vermelho mas originalmentesilver blue. Motor 327, 250hp, lista completa de opcionais. Inclusive lindas rodas Kelsey Hayes, já tinha ouvido falar? Eu não, mas adorei estas Magnum, quero quatro!
Agora o 63 split window verde, que na verdade era tuxedo black, e que ainda veio com FI no motor de 300hp. Absurdo.
O mesmo Corvette verde agora do lado de fora, com o 56, vendo a luz do sol pela primeira vez em anos.
O comprador dos Corvettes é o Charley, ao centro na foto abaixo. Ao lado, vovô e vovó investidores liquidando suas posições no mercado. Cena que nunca mais se repetirá.
Acima, admire as rodas Magnum que vieram com o 63 vermelho depois de limpas. Lindíssimas, não? Abaixo, na mala do 56 veio de brinde uma rara caixa powerglide.
Abaixo, um mês depois de comprados e bem mais limpos, dá para ver o que de fato são os carros. Que tal?
Mais um mês e Charley comprou umas peças aqui, um lote acolá, e está montando seus Corvettes com acessórios e peças originais de época, como deve terminar todo conto de fadas. Igualzinho aqui: entre no eBay e pronto!
Abaixo, o 67 prata com suas peças no lugar, limpo e cheiroso. Olha o estado em que estava este carro! Com a pintura original ainda! Bárbaro!
É por isso que eu não gosto dos meus vizinhos, nenhum deles têm um Corvette guardado para mim.
Depois destas fotos o Charley continua mostrando mais outras dos detalhes dos carros, mas isso é chato. O legal é participar da descoberta de um tesouro como este.
http://carrosantigos.wordpress.com/2009/05/26/tesouros-bem-guardados/
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