São numerosas as concessões deste modelo ao conforto e à versatilidade, sem que isso prejudique, todavia, o seu temperamento desportivo. Este é um Ferrari que tanto se conduz na cidade, em pisos fracos e ritmos moderados, como se transforma numa máquina impetuosa. O condutor é que manda. Para isso dispõe de diversos dispositivos tecnológicos que lhe permitem alternar entre as duas personalidades do seu veículo. Suspensões macias, tecto panorâmico electrocrómico (muda a opacidade consoante a luz desejada), controlo de tracção, sistema de som ajustável em função do ruído (até o inconfundível ruído do motor pode ser abafado - heresia!), caixa automática, etc.
Poderão argumentar que Ferrari já não é o que era mas este tipo de refinamentos encontram justificação. Grande parte dos clientes da marca são pessoas que gostam de um carro confortável, ainda que desportivo, e apenas uma percentagem mínima é apreciadora da austeridade aliada às altas performances. Não admira, assim, que a Ferrari vá ao encontro dessa larga maioria, que é quem, no fundo, lhe assegura a fase próspera que atravessa. Para esses criou o programa One-To-One, onde cada cliente pode escolher (quase) tudo o que é acessório e detalhe no seu 612 Scaglietti. A tradição já não é o que era, é certo, mas afinal quem é que quer ter um Ferrari igual ao do vizinho? Eu cá não.
Ferrari 375 MM - 1954
Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2008/04/ferrari_612.html#ixzz1Vw1PwpLj
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